Gestão de projetos ágeis. Market fit. MVP. UX. Kanban. Design Thinking. Scrum. Product Owner. Sprint. Back-end. Front-end. Direito.
Qual das palavras acima está fora de contexto? Provavelmente sua escolha será “direito”, mas quem disse que direito e startup não combinam?
Todos sabemos que a tecnologia revoluciona todos os dias a forma como vemos o mundo e há inúmeros estudos relatando que a maior parte dos empregos que estamos acostumados a ver deixarão de existir. No mundo que virá, passaremos a exercer novas profissões, algumas que ainda estão surgindo e outras que nem conseguimos prever, e a adaptação às novas tendências e tecnologias se tornará uma necessidade para não ficarmos ultrapassados.
Quando pensamos no “direito” raramente o associamos à inovação, pensamos muitas vezes em algo engessado, lento e complicado. Normalmente temos a imagem de que o direito chega atrasado e força a adaptação das startups em um novo ambiente regulatório, muitas vezes oneroso e complexo. Sendo assim, a maior parte das startups não enxergam o “direito” como peça essencial em seu negócio, aliás o risco é algo inerente e está no DNA de toda empresa que está começando. Mas será que o tal do “direito” não pode ajudar a evitar dores de cabeças futuras?
Por exemplo: um passo sempre importante da startup é a mudança para sua primeira sede (fora dos fundos do quintal de um dos seus fundadores!), mas isso só é possível mediante um contrato de aluguel – que se não for bem elaborado poderá gerar enormes dores de cabeça. E o serviço prestado pela startup, pode ser contratualmente formalizado de uma forma que atenda às peculiaridades do mercado que ela atua? Se sim, um bom contrato pode evitar futuros problemas causados por ambiguidades ou lacunas. Ou ainda, quando chegar o grande dia da startup receber um investimento externo que a possibilitará expandir seus negócios, vale a pena deixar para o jurídico interno do investidor-“anjo” a elaboração e revisão do contrato? Quem defenderá os interesses da startup em tal caso? Quem escolherá a melhor modalidade de investimento será o investidor e a startup que desprezar o auxílio técnico-jurídico especializado, estará sujeita exclusivamente às escolhas do investidor, que poderá inserir cláusulas que inclusive tiram o controle da empresa de seus founders.
Assim, para a startup conseguir tração no mercado, aliar tecnologias disruptivas e inovadoras com a segurança de que há um especialista tomando todas as precauções possíveis, é uma receita certa para o sucesso. Evitando problemas e dores de cabeça, os empreendedores podem focar completamente suas atenções ao corebussines de suas startups.
Autores: Marcello Kairalla e Guilherme Deboni